domingo, 24 de fevereiro de 2019

Texto nonagésimo sétimo


Escrito há vinte e muitos anos para uma peça de teatro musical de que fui autor e encenador (e intérprete, também…). Exprimindo esse embrulho de contradições e buscas que sempre me foi casulo, revela uma infância poética que me acorrentava à rima e só me autorizava a fugir da métrica para ir em busca do ritmo da música, essa outra métrica mais forte.
Com as evidentes ingenuidades, é um testemunho do meu percurso literário que me apraz partilhar…

Trago a vida sem fiel nem prumo
Perco-me por noites de dilema
Às vezes queria ter um rumo
E fazer da vida um poema

Mas ergo castelos de amargura
Trago a solidão por diadema
Só queria ter uma alma pura
E fazer da vida um poema

É o poema da vida
Tão enrouquecida que eu quero cantar
É no poema da vida
Quem sabe perdida que eu quero encontrar
O apoio, o apoio
Que me anime a caminhar
E me ensine a separar
O trigo do joio.


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