domingo, 30 de setembro de 2018

Texto nonagésimo segundo

Escrevo porque sinto. Nas emoções entrechocadas sucessivas germina o impulso de todas as ideias possíveis. E das impossíveis também, movidas pela urgência da sua própria impossibilidade.
Escrevo porque calo. No silêncio da minha distância introvertida constrói-se a teia transparente de uma eloquência trabalhada, inequívoca. Inequívoca porque trabalhada?...
Escrevo porque sonho. No devaneio da esferográfica pela planície das folhas brancas (ou no bailado em pontas dos dedos frenéticos sobre o teclado) cabem todas as paisagens oníricas da imaginação. E da esperança, que é o melhor dos sonhos.
Escrevo porque sou. Na existência que carrego há uma essência irreprimível de palavras, busca multiforme e contínua da Palavra que me faz.
Escrevo, apenas escrevo. Só.

domingo, 2 de setembro de 2018

Conversando... sobre o que se lê.


Páginas que me absorveram nos últimos meses. Leituras e releituras que apetecem, pela riqueza e diversidade de tempos, conteúdos, estilos e intenções. Marcel Proust e um retrato de época numa renda de bilros de sensibilidades e vícios. Nathaniel Hawthorne e a força das personagens na narrativa de tudo o que não se conta. José Saramago e a arquitetura literária erguida na argamassa consistente de uma escrita própria. Henri Charrière e um testemunho misto de sobrevivência orgulhosa, fraqueza assumida e perversidade denunciada (e autenticidade polémica…?).
Eis alguma da literatura que me ocupou ultimamente, que ainda trago em mim. E que me desafia à escrita. Urge-me.
Estará para breve um novo livro?…