domingo, 28 de dezembro de 2014

Texto trigésimo sétimo

Teatro.
Observar e observar-se no conflito diário das vontades entrechocadas, atravessar o tiroteio das paixões para que nunca se está preparado. Apesar dos ensaios. E sofrer com isso.
Teatro.
Ter a coragem de deixar-se observar, para que o público se veja a si mesmo. Sentir para dar a sentir o que se sente, comunicar para absorver, partilhar para encher-se, esgotar-se numa doação que busca a plenitude. E gostar disso.
Teatro.
A construção de uma realidade teatral, verdade possível nas mentiras de que se é capaz. Não há exibição, apenas a confissão humilde de quem vê a vida de outra forma. E sofre com isso. E gosta. Não de sofrer, mas disso.

Sem comentários:

Enviar um comentário