sexta-feira, 4 de abril de 2014

Oitava alegoria

Aqui estamos nós, surgidos
das penumbras
da nossa solidão
Onde os braços já
não sabem abrir-se
num gesto irmão

Cerramos o olhar, pedindo
à dor que fere
o nosso coração desfeito
Que nos deixe
repousar em qualquer fresco
ameno leito

E olhamo-nos
frente a frente, sorrimos
como gente que acredita
na virtude
E ganhamos confiança, recobramos
a esperança
da eterna juventude

Porque a amizade
não é uma palavra, é uma ligação
inevitável
Como as ondas com a areia
Como o céu e a lua cheia
Como a árvore e a chuva incontrolável
Não são um só, mas precisam
de unir-se
Como num nó

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