Um
corpo agarrado ao pó da terra, colado pelos membros às tábuas outrora árvores,
ao artifício antes natureza. E a treva.
Um
olhar que se eleva, arregalado na mão estendida, gesto que se desprende da
carne num sonho de transcendência. E a luz.
Há
uma luz vinda do alto, que desenha este corpo na treva que o abraça. Um recorte
de esperança num mergulho de aflições. A existência. E mais nada.
E
recorda-se Caravaggio, o tenebrismo da vida, a luz rasante do sonho. A existência
contada no malabarismo da arte. A arte.
Fotografia.
A arte.
E
mais nada.
(Fotografia de Jorge Figueiredo, na apresentação de O Poder e o Desejo)
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