Agradeço à Editora Livros de Ontem e ao Café 100 Artes a excelente organização deste evento. E também a todos os que tiveram oportunidade de participar. A 2ª edição da Tertúlia Lisboa foi um momento de partilha muito enriquecedor para todos.
Com efeito, quem escreve precisa de conhecer o modo ser e de sentir de quem o lê. Do mesmo modo, quem lê gosta de saber o que faz vibrar a pessoa que produz a escrita que é lida.
Nesta tertúlia todos revelamos um pouco de nós mesmos, a propósito dos "textos que nos fizeram". Penso que valeu muito a pena!
Partilho aqui o texto com o qual abri a conversa: um poema de Miguel Torga que recordo como um dos primeiros escritos que aprendi, li e decorei, no longínquo primeiro ano da então chamada instrução primária. Foi a partir de textos como este que, desde a infância, fui descobrindo o prazer da leitura, o Belo que na escrita se exprime e a transcendência que lhe é inerente.
Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
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