quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Terceira alegoria

O túnel.
O embrulho das trevas,
A solidão do recheio.
A travessia conformada,
Resignada no hábito.
A materialização dos fantasmas
Que brotam das paredes inventadas
Na imensidão do escuro.
O convívio forçado, o medo aceite, a revolta sufocada.
A condenação revisitada,
A sentença do único possível caminho
Para o alívio da praia solarenga.
A esperança do mar,
Da conversão do deserto,
Da possível escapada à tempestade de areia como um vórtice devorador.
Mas, para já, o mergulho,
O corpo esquecido,
A alma aberta dentro dos olhos fechados.
O túnel.

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