Cristalizadas
na ferrugem, as lágrimas acordam. O ferro indestrutível diz a dor que não se
apaga. A destruição voraz faz-se recordar, teimosa no monumento triunfante,
implacável no vestígio da tortura. E todas as vidas decapitadas sangram-nos
ainda no inferno das consciências.
Mas,
do silêncio da terra, uma frescura reverdece. No ventre primordial germina uma
ressurreição obstinada. A Vida declara-se, colora os escombros, envolve o ícone
de morte numa moldura de recomeço. E a memória da centelha devoradora tem de
conviver com a visão do arbusto da promessa, sarça ardente profética.
O
mundo não é uma sala de espera terminal, mas uma planície de esperança
(re)construída. Um ano depois, a Vida continua!
Fotografia de @placeswithlovee
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