Dois
seres enlaçados, um confronto de opostos. A força amparada na fraqueza, a debilidade
a espraiar-se na robustez.
Um
rosto crispado, o outro elanguescido, um desespero esmagador no ricto dele, ela
gritando fuga por trás da cortina dos cabelos abandonados.
Numa
súplica de afogamento, as frágeis mãos arrepanham o abraço predador, atraente
como tentáculos. Há uma cumplicidade de pele, um diálogo de emoções fortes, uma
simbiose de vontades em choque, uma fusão de coragens.
Corpos
em estado de alerta, um combate de energias somadas, a força toda visível nos membros,
concentrada na mente. Sensível na carne, partilhada no espírito.
Poder
e desejo.
Teatro.
(Fotografia de Jorge Figueiredo, no ensaio de O Poder e o Desejo)
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