A oportunidade de participar no concurso «Liberdade, Medo e Solidão», promovido a partir de uma parceria entre a Editora Livros de Ontem e a plataforma The Art Boulevard , constituiu para mim um desafio particularmente grato: o de escrever a partir de um tema, obrigando-me a expandir a criatividade no horizonte de condições definidas e respeitando critérios específicos. Dizer que a total liberdade é a melhor fonte de inspiração não passa, quanto a mim, de uma mistificação ou de um lirismo: é mais rico o périplo do turista que se apresenta na cidade munido de um guia de visitas do que o daquele que chega simplesmente apetrechado de uma completa ignorância do local.
Além disso, a própria situação de concurso, cujo resultado - a seleção de dez contos - dependeria da apreciação de um júri, impeliu-me a um redobrado esforço de excelência, a um exercício maior de superação. É verdade que, para mim, escrever é a tentativa de ser mais eu e quase sempre sinto que as palavras me ultrapassam. Participar num concurso aumenta este impulso de transcendência, porque, de alguma forma, sabemos que existem outros autores na mesma prova, há uma noção de esforço paralelo que empurra, uma espécie de sincronia de valor acrescentado, como se a sobreposição simultânea da escrita de uma palavra lhe alargasse o campo semântico.
Não sei se é por tudo isso que considero o conto que escrevi (e foi selecionado!) para a coletânea Penélope um dos textos de minha autoria de que mais gosto. Acredito que gostarei mais ainda dos outros que compõem o livro. Rever-me-ei, decerto, em alguns deles. E nas fotografias também (o que sentirá o autor daquela que acompanha o meu conto?...). É essa sintonia de criação, a par com a riqueza da diversidade, que torna uma iniciativa destas tão fascinante.
A não perder!...
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