Paz interior. Aquilo que o escritor não tem. A
superação dos dilemas, o equilíbrio das forças em braço de ferro, a
reconciliação dos fantasmas eternamente beligerantes, ou a mera constatação de
uma possível coexistência pacífica entre eles. Um armistício. Um corredor de
luz, uma perpendicular entre as trincheiras, a crença numa variada nudez
conciliatória que vença os uniformes inimigos sem porquê.
Paz interior. Aquilo que o escritor não tem. A
acalmia nos sobressaltos, a certeza panorâmica de uma respiração regular e
constante para lá das neutras apneias da indiferença, para lá da trepidação
ofegante das militâncias visionárias.
Paz interior. Aquilo que o escritor não tem. A
tranquilidade nutritiva de uma interrogação persistente e fecunda, a resignação
curvada de permanecer na dúvida.
A alegria de encontrar a resposta. Aquilo que o
escritor não tem. Paz interior.
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